domingo, 1 de janeiro de 2023


A relação entre risco e rendibilidade é um dos assuntos mais importantes e complexos no domínio das Finanças Empresariais. Qual a remuneração exigida pelos detentores do Capital de uma Empresa? Qual o custo de oportunidade de um investidor?

O Custo do Capital Próprio diz respeito à remuneração exigida pelos titulares de capitais próprios, tendo em conta os níveis de risco suportados nas respetivas aplicações. Trata-se de um custo de oportunidade, a taxa de retorno que o investidor / financiador esperaria obter se investisse o capital noutro ativo de risco equivalente. 

O custo do capital próprio pode ser calculado de diversas formas, hoje iremos analisar o modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM), ou o “Modelo de Precificação de Ativos de Capital“

A fórmula na imagem acima traduz um modelo muito usado em Finanças Empresariais para determinar o Custo do Capital Próprio (Ke) de uma Empresa. A este modelo dá-se o nome de Capital Asset Pricing Model (CAPM). Em Português o CAPM pode ser traduzido como o Modelo de Precificação de Ativos de Capital (ou Modelo de Avaliação de Ativos Financeiros - MAAF), trata-se de um método que analisa a relação entre o risco e o retorno que é esperado de um investimento.

O modelo CAPM parte do princípio que o retorno esperado de um ativo iguala o retorno de um ativo isento de risco (Rf) acrescido de um prémio de risco (Rm - Rf). O prémio de risco do ativo resulta do prémio de risco do mercado (Rm), que reflete o preço pago pelo mercado à totalidade dos investimentos em ações, ajustado por um fator de risco relativo à empresa (Beta)

Ke = Rf + Beta x (Rm – Rf)

Na fórmula Rf (Risk free ou isento de risco) representa a rendibilidade de um ativo isento de risco de incumprimento, também denominado por taxa de juro sem risco. Segundo as orientações da Comissão Europeia deve ser considerada como proxy a média em 5 anos das obrigações de tesouro com maturidade a 10 anos ...

Beta é uma medida de volatilidade (do risco sistemático). O Beta meda e volatilidade relativa do título face à volatilidade do mercado, quanto maior a variabilidade maior o risco. Uma Empresa com um Beta superior a um, é indicativo que o preço das suas ações é mais volátil do que o mercado, ou seja, apresenta mais risco em comparação com a média das Empresas que integram o mercado, esta Empresa terá um prémio que risco superior à média. Já uma Empresa com um Beta inferior a um, é menos volátil face às oscilações do mercado, pelo que o seu prémio de risco será inferior à média. Numa perspetiva mais próxima das PME´s, o Beta incorpora o risco do negócio (por exemplo as oscilações que ocorrem nas vendas) e o risco financeiro (por exemplo os custos afetos à dívida), que influencia a capacidade das empresas fazer face ao risco sistemático. Existem alguns métodos para determinar o Beta das Empresas não cotadas em Bolsa (exemplo: por comparação com um Beta médio do Benchmark , como sugere o Professor Damodoran).

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Este tema é desenvolvido no Mini-MBA em Finanças e Fiscalidade Aplicada e no Mini-MBA em Gestão Financeira e Contabilidade Empresarial


Texto escrito por Miguel Fragoso, Founder e CEO da CERTFORM - Escola de Formação Prática - Economista e Contabilista Certificado (25 anos de inscrição na OCC) - Formador nas áreas de Contabilidade, Fiscalidade, Finanças Empresariais e Gestão de Negócios.

Formador do Mini-MBA em Finanças Empresariais e Fiscalidade Aplicada e do Mini-MBA em Gestão Financeira e Contabilidade Empresarial



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