O EBIT (1-t), numerador de cálculo do ROA, representa o resultado da empresa antes dos juros (gastos financeiros), determinado somente pelas suas decisões de investimentos. É o resultado gerado exclusivamente pelas decisões de ativos, não sendo influenciado pela forma como a empresa é financiada.
Como critério de decisão, o ROA (EBIT (1-t)/Ativo) pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma Entidade poderá incorrer na sua captação de fundos. Como se compreende, se uma empresa conseguir obter, por exemplo, um retorno de 13% ao ano nos seus Ativos, o custo do capital alheio (custo do financiamento) não deverá superar essa percentagem. Se a Empresa conseguir financiar-se com uma taxa de juro de 8% (custo do capital alheio), por exemplo, este resultado positivo (13% - 8% = 5%) irá reforçar o retorno dos proprietários. A empresa obteve um financiamento com juros à taxa de 8% ao ano, e conseguiu aplicar estes recursos em ativos que oferecem retorno de 13% ao ano. Esta diferença positiva de 5% (spread), pertence aos acionistas na proporção do capital próprio investido. Será, assim, interessante para a empresa a captação de capital alheio sempre que o seu custo (Kd) seja inferior à rendibilidade produzida pelos seus Ativos (ROA).
Os recursos investidos nos ativos pertencem a credores e acionistas, e o retorno oferecido (ROA) deve remunerar, pelo menos, as expetativas de ganhos (custo do capital) desses investidores. Trata-se do conceito de viabilidade económica da empresa: a empresa apresenta viabilidade económica quando é capaz de produzir uma rendibilidade do ativo suficiente para cobrir as expectativas de ganhos dos detentores do capital.
O ROA pode ser decomposto da seguinte forma:
EBIT (1-t) ÷ Ativo total médio = (EBIT (1-t) ÷ Vendas) x (Vendas ÷ Ativo total médio)
ROA = Margem Operacional x Rotação do Ativo
Deste modo o ROA será reflexo do desempenho de duas medidas: a margem operacional e a rotação do Ativo.
Através do desdobramento do ROA, podem os analistas avaliar com maior detalhe, os motivos que determinaram a rendibilidade alcançada. Se a rendibilidade estiver aquém do esperado, as respetivas medidas corretivas devem ser acionadas diretamente sobre as causas, isto é, sobre a margem operacional de lucro e/ou sobre a rotação do ativo.
Escrito por Miguel Fragoso, Economista e Contabilista Certificado
0 comentários:
Enviar um comentário