Para financiar um determinado projeto de investimento a Entidade recorre a dois grandes tipos de capital, o CAPITAL PRÓPRIO e o CAPITAL ALHEIO.
Uma determinada Entidade que apresente, por exemplo, uma ESTRUTURA DE CAPITAL constituída por Capitais Próprios de 700 000 euros e Capitais Alheios de 300 000 euros, apresentará um rácio Equity / (Debt + Equity) = 70% e um rácio Debt / (Equity + Debt) = 30%.
O Custo do Capital Próprio é um custo de oportunidade, a taxa de retorno que o investidor / financiador esperaria obter se investisse o capital noutro ativo de risco equivalente. Para determinar o Custo do Capital Próprio é necessário recorrer a modelos de estimação, sendo um dos mais frequentes CAPM (Capital Asset Pricing Model). O modelo CAPM parte do princípio que o retorno esperado de um ativo iguala o retorno de um ativo isento de risco (Rf) acrescido de um prémio de risco. O prémio de risco do ativo resulta do prémio de risco do mercado, que reflete o preço pago pelo mercado à totalidade dos investimentos em ações, ajustado por um fator de risco relativo à empresa (Beta). Ke = Rf + Beta x (Rm – Rf)
O custo do capital alheio é o custo de financiamento da dívida de uma empresa. Segundo Damodoran (2002, 231) o custo de dívida de uma empresa deve ter por base a taxa de juro que consegue negociar hoje e não no passado.
Neste sentido e por ordem decrescente de preferência destacamos quatro possíveis caminhos para determinar o Custo do Capital Alheio da Entidade:
1.ª alternativa - Quando as empresas do Benchmark possuem uma notação de crédito, podemos calcular o custo do capital alheio através do Credit Spread destas empresas com a seguinte fórmula:
Kd = Rf + Credit Spread;
2.ª Alternativa - Para Damodoran (2002, 240), deve ser realizada engenharia reversa para obter o Credit Spread. Através da aplicação dos critérios das agências de crédito, é calculado um rating sintético, que irá ser a notação de crédito atribuída à empresa com base no rácio de cobertura de encargos financeiros (EBIT/Encargos Financeiros);
3ª Alternativa - considerar como a taxa de juro negociada ou esperada para o próximo empréstimo, ou em alternativa, a taxa de juro do último empréstimo obtido pela empresa;
4ª Alternativa – usar a average yield on debt, isto é, uma média do custo histórico do capital alheio. Nesta alternativa, o capital alheio, deve incluir todo o passivo de financiamento de curto prazo e longo prazo (incluir todos os gastos que possuam uma obrigação contratual).
O Custo do Capital Próprio (Ke) não é fiscalmente dedutível, todavia como o custo do capital alheio (Kd) é concretizado, normalmente, sobre a forma de juros, que são fiscalmente dedutíveis, a última parte da fórmula representa essa mesma economia fiscal, ou seja, Kd x (1-t) em que t é a taxa do imposto (taxa efetiva de IRC).
O custo do capital de uma empresa deve representar o custo de cada tipo de capital (próprio ou alheio), ponderado pelo peso de cada um.
Weighted Average Cost of Capital (WACC) = Custo Capital Próprio x Peso Capital Próprio + Custo Capital Alheio (1-t) x Peso Capital Alheio
Texto escrito por Miguel Fragoso, Founder e CEO da CERTFORM - Escola de Formação Prática - Economista e Contabilista Certificado (25 anos de inscrição na OCC) - Formador nas áreas de Contabilidade, Fiscalidade, Finanças Empresariais e Gestão de Negócios.
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